Anvisa autoriza retomada de estudos da vacina Coronavac
Dois dias após suspender os testes com a Coroavac, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou, nesta quarta-feira (11), a retomada dos estudos da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com uma farmacêutica chinesa Sinovac.
Em nota, a Anvisa diz que suspendeu a pesquisa antes de tomar conhecimento sobre o motivo do evento grave no paciente e antes mesmo de ter acesso ao parecer do Comitê Independente do estudo responsável por fiscalizar os procedimentos.
A Anvisa justificou que essa era a medida adequada a ser tomada considerando a gravidade do evento, a precariedade das informações e a necessidade de proteção dos voluntários. Ainda segundo a nota, com as novas informações fornecidas nessa terça-feira (10) pelo patrocinador e pelo Comitê Independente, a agência resolveu autorizar a retomada dos estudos já que o evento com um dos voluntários não teria relação com o medicamento.
Pouco antes da Anvisa autorizar a retomada dos estudos, a Comissão Mista da Covid-19 do Congresso aprovou, nesta quarta-feira (11), convites para os presidentes da Anvisa, Antônio Barra Torres, e do Instituto Butantan, Dimas Covas, explicarem na próxima sexta-feira (13), no colegiado, a situação da vacina.
Os parlamentares argumentaram que houve uma politização do medicamento. O senador pelo Distrito Federal, Izalci Lucas, do PSDB, defendeu a credibilidade do Instituto Butantan e criticou o comportamento da Anvisa.
Já o senador Esperidião Amin, do PP catarinense, argumentou que há uma politização de ambas as partes nessa história.
Os deputados e senadores avaliam que a vacina pode estar sendo usada como disputa política entre o presidente da República e o governador de São Paulo.
E enquanto isso, o Ministério Público do Tribunal de Contas da União solicitou medidas ao TCU para avaliar se as decisões da Anvisa relativas à vacina foram devidamente motivadas ou se há influências político-ideológicas.