A CPI da Prevent Senior da Câmara Municipal de São Paulo ouviu nesta quinta feira depoimentos de pacientes e parentes de vítimas de covid-19 atendidos pela operadora de saúde.
O primeiro a falar pela manhã foi o paciente Tadeu Frederico Andrade, que ficou 120 dias internado em um hospital da rede Prevent Senior.
Segundo ele, o médico da seguradora receitou o chamado kit de tratamento precoce com cloroquina e hidroxicloroquina. Além disso, ele relatou que, com a piora de seu estado de saúde, alguns médicos teriam pressionado a família a adotarem cuidados paliativos, que é um tratamento não curativo, para pacientes que geralmente tem um quadro irreversível de saúde.
Tomas Monje foi o segundo a depor. Ele falou do caso de sua avó Roseli, de 94 anos, que faleceu por covid em uma das unidades do hospital da Prevent Senior. Após diagnóstico, Roseli também recebeu receita de remédios para tratamento, como azitromicina.
No dia 14 de dezembro, após 6 dias de internação, ela recebeu alta. Mas, com a piora dos sintomas, precisou voltar para o hospital no dia seguinte. Foi quando a família recebeu a informação dos médicos de que o quadro dela era irreversível e seria submetida a cuidados paliativos. Tomas relatou estranheza com a sequência de fatos.
Ela faleceu no dia 18 de dezembro.
Ainda em seu depoimento, Tomas relatou que no atestado de óbito de sua avó, o hospital da Prevent Senior não registrou a covid-19 como causa, apenas complicações por síndrome respiratória aguda grave.
Sobre o caso do paciente Tadeu Frederico, a Prevent Senior tem divulgado que não comenta casos específicos de pacientes, mas que todas as condutas médicas foram e continuam sendo tratadas com consulta ao paciente e à família. A operadora também tem negado todas as irregularidades e afirma que tem cooperado junto aos órgãos de investigação para que a verdade venha à tona.