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Saúde

CPI: paciente da Prevent Senior diz que empresa quis tirá-lo da UTI

Com covid, médicos alegaram que o advogado morreria em poucos dias
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Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional
07/10/2021 - 17:18
Brasília
Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva de beneficiário e de ex-médico da Prevent Senior. A operadora de saúde é acusada de ocultar mortes de pacientes por Covid-19 e de pressionar médicos a prescreverem
© Pedro França/Agência Senado

A CPI da Pandemia aprovou nesta quinta-feira (07) a convocação do Ministro de Saúde, Marcelo Queiroga, pela terceira vez. Os senadores querem que ele esclareça a mudança na pauta da reunião da Conitec, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde. Nesse encontro, seria apresentado um relatório sobre o uso de medicamentos de eficácia não comprovada no tratamento de covid.

O depoimento do dia foi do médico Walter Correa de Souza Neto, que trabalhava na operadora de planos de saúde Prevent Senior. Ele é um dos médicos que encaminharam um dossiê à CPI relatando pressão para uso do kit covid nos pacientes. O diretor executivo da operadora, Pedro Benedito Batista Jr, negou as acusações quando depôs na comissão.

Respondendo ao relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a decisão de denunciar publicamente a Prevent Senior, o médico disse que denúncias não costumavam prosperar nos Conselhos Regional e Federal de Medicina. E que a categoria tinha medo de demissão, caso apontasse irregularidades na operadora.

Na reunião desta quinta (07) da CPI, também foi ouvido o advogado Tadeu Frederico de Andrade, de 65 anos, segurado da Prevent Senior. Ele contou para os parlamentares que foi infectado pela covid-19 e tratado, por meio de telemedicina, com o chamado "kit covid" ou tratamento precoce, que é uma combinação de medicamentos usados para o tratamento da doença sem eficácia comprovada.

Ele relatou que, mesmo seguindo a prescrição, teve o quadro clínico agravado por uma pneumonia, e, cinco dias depois, ao procurar uma unidade de emergência da Prevent, foi encaminhado diretamente a uma UTI. “Eu fui imediatamente internado e intubado, por uns 30 dias, quando minha filha recebeu um telefonema, comunicando que eu passaria a ter os cuidados paliativos, ou seja, eu sairia da UTI e iria para um chamado leito híbrido, onde teria dignidade e conforto e que meu óbito ocorreria em poucos dias”, disse o paciente da Prevent Senior.

Mas, de acordo com o advogado, os médicos desistiram de tirá-lo da UTI porque os familiares dele ameaçaram levar o caso para a justiça e a mídia.

A CPI caminha para o final. A semana que vem, do feriado de 12 de outubro, deve ser utilizada pelo relator, Renan Calheiros, para concluir o relatório, que deve ser apresentado no dia 19/10 e votado no dia seguinte.

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