logo Radioagência Nacional
Saúde

Pesquisadores pedem prudência para flexibilização de máscaras

Baixar
Fabiana Sampaio - Repórter da Rádio Nacional
25/03/2022 - 19:52
Rio de Janeiro

No momento em que muitas cidades começam a abolir o uso das máscaras, um dos principais instrumentos de proteção contra o contágio do coronavírus, pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fiocruz alertam que é preciso ter prudência na adoção de qualquer medida de flexibilização.

O novo boletim, divulgado nesta sexta-feira, chama a atenção o relaxamento prematuro de medidas protetivas, tanto pelo possível impacto das aglomerações registradas no período do carnaval como pela vacinação que segundo os especialistas ainda precisa avançar mais.

A análise reforça que essas decisões podem gerar um risco de retrocesso nos ganhos obtidos no combate à pandemia no país. Rafael Guimarães, pesquisador do observatório, afirma que apesar da melhora no cenário ainda não é o momento de suspender o uso das máscaras.

O boletim também mostra a tendência de queda nos indicadores de incidência e mortalidade pela doença com base nos dados das duas últimas semanas epidemiológicas, de vinte de fevereiro a cinco de março. Entretanto os resultados ainda não incluem a avaliação do efeito do carnaval e da flexibilização do uso de máscaras.

Além disso, a análise aponta que houve um ligeiro aumento da taxa de letalidade nas últimas semanas, indicando que pode haver uma redução no número de casos no entanto com maior gravidade entre eles.

As taxas de ocupação de leitos de UTI covid para adultos no SUS confirmam a tendência de melhoras no indicador verificada nas semanas anteriores. O único estado que se manteve na zona de alerta foi Santa Catarina.

Em relação à vacinação, com metade das mortes ocorrendo em pessoas com no mínimo 78 anos, os pesquisadores defendem a necessidade de aplicação de uma quarta dose neste grupo seis meses após a aplicação da dose de reforço. O boletim ainda alerta que a maior vulnerabilidade das crianças, provocada principalmente pela baixa lesão grupo a imunização, pode impactar também a incidência de casos entre os idosos.

 

 

 

 

Os dados do período analisado confirmam a manutenção da tendência de queda de indicadores de incidência e mortalidade por Covid, porém em menor velocidade. Essa redução pode apontar, de acordo com o estudo, para um período de estabilidade na transmissão da doença nas próximas semanas, mas com taxas ainda consideradas altas.//

A taxa de letalidade por Covid-19, que é a proporção de casos notificados que evoluíram para óbito, permaneceu em valores próximos a 1% entre os dias 6 a 19 de março. No início de 2022, essa taxa era de 0,2%. Os cientistas destacam também o aumento, ainda que discreto, da letalidade entre adolescentes de 10 a 19 anos.//

Diante do cenário, os pesquisadores defendem a manutenção do uso de máscaras para determinados ambientes fechados, com grandes concentrações de pessoas, ou abertos em que haja aglomerações.

O Boletim da Fiocruz reforça, ainda, que o ponto de mudança da classificação da doença de pandemia para endemia, deve analisar um conjunto de indicadores, entre eles, o de letalidade. E que a Organização Mundial da Saúde é a principal referência para esta definição.///

x