Fiocruz: Adolescentes de Brumadinho têm alta concentração de metais
Adolescentes da cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, têm no corpo alta concentração de metais como arsênio, manganês e chumbo. No caso do manganês, foi encontrado um valor elevado em 52% dos jovens testados. 28% tinham arsênio no organismo e 12% chumbo.
Entre a população adulta foram encontrados arsênio e manganês. 33% tinha arsênio total na urina, enquanto em 37% foi anotada a presença de manganês no sangue.
É o que mostra a primeira etapa da pesquisa Programa de Ações Integradas em Saúde de Brumadinho, realizada pela Fundação Osvaldo Cruz.
De acordo com o coordenador geral do estudo, Sergio Peixoto, da Fiocruz Minas, quando é demonstrado que a presença desses metais está acima da dos níveis de referência, é preciso investigar.
Ainda segundo Sérgio Peixoto, quando há uma elevada prevalência de diagnóstico médico para asma ou bronquite asmática, que chega a cerca de vinte por cento em algumas comunidades, é sinal de problemas respiratórios, mais frequentes nas comunidades próxima a região atingida pela lama de rejeitos.
Outro ponto destacado na pesquisa é que cerca de 20% da população adulta foi diagnosticada com depressão, além de transtorno de ansiedade, também mais frequentes nas comunidades atingidas pela lama ou que estão próximas a região de mineração.
O estudo avalia as condições de vida, saúde e trabalho da população de Brumadinho depois do desastre provocado pelo rompimento da barragem da mineradora Vale.