Insulina de ação rápida: esse medicamento vital para portadores de diabetes está prestes a faltar nas farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse foi um alerta do Tribunal de Contas da União (TCU) para o alto risco de desabastecimento desse insumo, a partir de maio, na rede pública de saúde.
Pessoas como a Nádia Rúbia, que usam diariamente a insulina, estão preocupadas. Ela tem 39 anos e é diabética desde os cinco. A enfermeira conta que, antes de comer qualquer coisa, precisa usar o remédio para não ter complicações sérias de saúde. Nádia explica que as pessoas que não tem dinheiro para comprar a insulina ficarão sem a medicação. E quem pode adquirir em farmácias privadas, vai enfrentar a falta do produto
"E se todo mundo que pega no SUS for comprar na farmácia, mesmo a gente que tem condições de comprar, ou as pessoas que já compram, elas vão ficar sem insulina. Porque não tem uma quantidade suficiente nas farmácias para cobrir a demanda de todo mundo que precisa desta insulina".
O médico endocrinologista Fernando Leite destaca que a situação é preocupante e que portadores de diabetes tipo 1 dependem da insulina para sobreviver. Ele conta que essas pessoas não podem ficar nem um dia sem a medicação.
"É realmente a diferença entre viver e morrer. Porque são pelo menos três aplicações dessa insulina de ação rápida para cobrir a refeição. Então, quanto tempo pode ficar sem? Não pode ficar sem nunca".
Em nota, o Ministério da Saúde esclareceu que, por falta de capacidade de oferta dos fornecedores internacionais com registro no Brasil, não foram apresentadas propostas para atender à demanda no SUS. A pasta está realizando compras emergenciais do produto e apoiando a produção local de insumos para reduzir a dependência internacional do Brasil.
Além disso, informou que as insulinas regulares mais consumidas estão com estoque adequado e que o caso da falta da insulina de ação rápida está sendo tratado com máxima prioridade junto aos fornecedores internacionais para garantir o atendimento da população.