Em 2021, apenas 44,2% dos bebês no Amapá tinham sido vacinados com as três doses da vacina injetável contra a poliomielite, registrando a pior cobertura vacinal do país para a doença. Mas em 2022, a situação foi completamente diferente: com 95% de cobertura, o estado da Região Norte foi um dos únicos que cumpriu a meta vacinal. O responsável por essa virada foi um projeto da Fiocruz, e de acordo com a coordenadora, Lurdinha Maia, seu maior trunfo foi o resgate do protagonismo local.
Infelizmente não foi apenas no Amapá, nem só a vacinação contra a pólio que ficou abaixo do ideal no Brasil nos últimos anos. Desde 2016, o país vem registrando baixos índices em praticamente todos os imunizantes. Um desafio para o Programa Nacional de Imunizações que chega aos seus 50 anos nesta segunda-feira. A peça-chave do sucesso da Fiocruz também é um dos focos do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado no início do ano pelo Ministério da Saúde. A ministra Nísia Trindade explica o que a pasta chama de microplanejamento.
Os resultados ainda estão sendo consolidados, mas Nísia diz que já foi verificado aumento na vacinação em diversos estados. E de acordo com o coordenador do PNI, Eder Gatti, o programa também tem agido em outras duas frentes importantes: monitorar as fake news divulgadas pela internet para combater a desinformação sobre vacinas, e aprimorar o sistema de informações, para que o país tenha dados ainda mais confiáveis.
Algumas administrações locais também já estão se movimentando. Para driblar a dificuldade que muitas pessoas têm de ir a um posto de saúde no horário comercial, a Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou, no começo do ano, o Super Centro Carioca de Vacinação, que funciona de domingo a domingo, até às 10 horas da noite. E das mais de 150 mil pessoas vacinadas lá, metade procurou o local à noite ou nos fins de semana. Mais uma prova de que a vacinação não deixou de ser uma cultura brasileira e com os estímulos certos, o país vai voltar a bater todas as metas e recuperar o título de país da vacina. Afinal de contas a nossa gente é pra brilhar, não pra adoecer de causas evitáveis.
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil"
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