Há quatro anos, a professora Camila Pinheiro descobriu um câncer no sangue. Após manchas pelo corpo e alguns exames, o diagnóstico: leucemia mieloide crônica. Aos 36 anos, a moradora de Brasília tem dificuldades em encontrar empregos formais. Professora de formação, trabalha como autônoma e lida, diariamente, com os impactos do tratamento, sem perder a esperança. 
No ano em que Camila teve o diagnóstico, grande parte do mundo registrava mais de 3 milhões de novos casos de câncer, em pessoas com menos de 50 anos.
Esses dados fazem parte de um estudo publicado na revista científica internacional BMJ Oncology, por universidades do Reino Unido e da China.
O levantamento mostra que, de 1990 para 2019, aumentou em 79% o número de jovens com câncer, em mais de 200 países e regiões do mundo, incluindo o Brasil.
As questões genéticas e históricos familiares fogem do controle, mas os hábitos da atualidade explicam essa elevação. É o que explica a oncologista Carla Morais.
O câncer de mama foi o mais recorrente no período analisado. Por outro lado, os de traqueia e de próstata tiveram aumento mais rápido.
A oncologista Carla Morais explica que, quando a prevenção não for suficiente, é importante fazer exames para detectar, o mais cedo possível.
Levando em conta as três décadas, o estudo mostra que o número de novos casos de câncer precoce pode aumentar em 31% e as mortes podem crescer 21%, até 2030. A incidência tende a ser maior na faixa dos 40 anos.
