No mês em que se realiza da campanha Dezembro Vermelho, de conscientização para a importância da prevenção contra o vírus HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, alguns números chamam a atenção. De acordo com o Ministério de Saúde, apesar da queda de casos de HIV/aids, esse índice tem aumentado entre homens de 15 a 29 anos, chegando a 53% em 2021. O Ministério também aponta crescimento de casos de sífilis adquirida em homens, mulheres e gestantes.
Outro desafio para a saúde pública é a vacinação contra HPV. Apesar de o SUS oferecer a vacinação para meninos e meninas de 9 a 14 anos, segundo o Ministério da Saúde, a cobertura da segunda dose não chega a 28% entre os meninos. Já entre as meninas, a cobertura é maior, atingindo pouco mais de 54%, mas ainda longe dos 95% recomendados.
Maria do Carmo Borges de Souza, médica ginecologista especialista em reprodução assistida, chama a atenção para as consequências dessas doenças, que podem levar até mesmo à infertilidade. “Elas são responsáveis por até 25% das causas de infertilidade, ou seja, de dificuldade de engravidar, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). São várias essas doenças. Para o ginecologista as que mais se destacam são o HPV, a sífilis, a tricomoníase e a clamídia”
Karin Anzolch, urologista e diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia, aponta que um dos principais fatores para o crescimento das ISTs é a falta de prevenção, especialmente entre os jovens. “O uso do preservativo caiu muito, os adolescentes muitas vezes começam a vida sexual sem nem saber colocar um preservativo, isso não é discutido em casa. Ou eles não querem conversar com os seus pais. Às vezes conversam direto com os amigos”.
Na maioria dos casos, as ISTs são assintomáticas. Quando apresentam sinais eles variam, dependendo da infecção, podendo se manifestar por meio de feridas, corrimento e verrugas, entre outros.
