Um estudo liderado pela Fiocruz revelou os impactos indiretos da pandemia de Covid-19 sobre as mortes maternas: nos dois primeiros anos houve uma alta de 69% nos óbitos das mulheres que morreram durante a gravidez ou nos 42 dias seguintes ao parto.
O epidemiologista da Fiocruz Jesem Orellana detalhou as altas taxas de mortes evitáveis desse público em 2020 e 2021...
As regiões mais impactadas foram Norte e Nordeste, com média de 55% de mortes excedentes. No entanto, quando a variante Gama do coronavírus se disseminou de forma rápida pelo país, a região Sul foi a mais afetada em relação à mortalidade materna, atingindo 413% a mais de óbitos, um recorde histórico no país. Para o pesquisador, esses índices devem servir de aprendizado sanitário e humanitário para as próximas epidemias.
Os cientistas utilizaram dados oficiais de mortalidade do Ministério da Saúde. Com base nesses números, concluíram que o impacto sobre as mortes maternas foi forte o suficiente para comprometer as metas do Brasil relativas à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que prevê a redução da taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos.
O Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra covid durante a gravidez, em qualquer idade gestacional. A mulher grávida que tiver se imunizado há mais de seis meses pode tomar uma dose de reforço.