O Ministério da Saúde investiga três mortes suspeitas de febre Oropouche no Brasil. Duas na Bahia, nas cidades de Camamu e Valença, e uma em Santa Catarina.
As vítimas baianas são duas mulheres de 21 e 24 anos, que morreram em março e junho passados. Já o óbito investigado em Santa Catarina, é de um homem, morador do Paraná, que esteve em Blumenau e morreu em abril deste ano.
Caso alguma dessas mortes ainda sob investigação sejam confirmadas, essas serão as primeiras vítimas da febre Oropouche confirmadas no mundo.
Segundo a Secretaria de Saúde Catarinense, o caso em investigação está sendo conduzido pelo Estado do Paraná, com apoio do Ministério da Saúde. Já os casos da Bahia, apesar de a Secretaria Estadual de Saúde apontar como causa das duas mortes, a evolução da Febre Oropouche, o Ministério da Saúde informou, que ainda é necessário uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos.
Para o pesquisador da FioCruz, Jesem Orellana, é possível que já tenham ocorrido óbitos em anos anteriores, já que não havia tantas pesquisas e exames específicos para diagnóstico. Agora, os pesquisadores têm um ponto de partida para se debruçar sobre hipóteses de evolução da febre ou mutação do vírus.
A febre Oropouche, assim como a Dengue, Chikungunya, e Zika, surge por causa da criação de um ambiente propício para criadouros de mosquitos transmissores. No caso da Oropouche, o mosquito é o Culicoides paraense, conhecido popularmente como Maruim. O período de incubação do vírus varia de quatro a oito dias, e os primeiros sinais da doença começam a se manifestar nesse período. Grande parte dos sintomas são similares aos dessas outras arboviroses citadas e não há vacina ou remédio específico.
Segundo o Ministério da Saúde, o país registra até o momento 7.117 casos de febre Oropouche este ano. Em 2023 foram 832 registros.
*Com produção de Dayana Vitor