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Saúde

Racismo estrutural impacta mortes neonatais no Brasil

Estudo revela 12 mil óbitos evitáveis em gestantes negras e indígenas
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Daniella Longuinho* - Repórter da Rádio Nacional
22/11/2024 - 06:34
Brasília
Recém-nascido
© Marcello Casal/Agência Brasil

O fim da desigualdade racial poderia evitar parte das mortes neonatais e dos desfechos negativos entre recém-nascidos brasileiros.

A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia, recém publicado na revista The Lancet Regional Health - Americas.

Se não houvesse desigualdade racial no acesso à saúde por parte de gestantes pretas, pardas e indígenas, cerca de 12% das mortes neonatais, pouco mais de 12 mil óbitos de crianças com até 7 dias de vida, poderiam ser evitadas.

Uma das responsáveis pelo estudo, a pesquisadora Poliana Rebouças, destaca que milhares de partos prematuros, de bebês nascidos com baixo peso e de bebês pequenos para idade gestacional também poderiam ser impedidos.

A análise considerou ainda a escolaridade materna e o desfecho negativo para os recém-nascidos a partir desse critério socioeconômico. Foram comparados os resultados obtidos entre mulheres indígenas e negras com pouco estudo com os de mulheres brancas de maior escolaridade.

A especialista em saúde pública da Fiocruz fez uma avaliação de como a discriminação atrapalha as gestantes no acesso aos serviços de saúde.

O estudo analisou dados de mais de 23 milhões de nascidos entre 2012 e 2019. Essa é a mais recente e abrangente pesquisa sobre resultados adversos de partos com viés nas desigualdades raciais.

Nós procuramos o Ministério da Saúde para um posicionamento sobre a falta de uma política pública específica de combate à desigualdade materno-infantil no país, mas não obtivemos retorno até o fechamento dessa reportagem.

 

*Com produção de Marcella Nogueira

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