Delegados são alvo de operação da Polícia Federal
Uma operação que está em andamento no Rio de Janeiro tem entre seus alvos integrantes da própria Polícia. São dois delegados Federais e um Civil que, segundo as investigações, fazem parte de uma organização criminosa acusada de proteger investigados em troca de propina. Segundo o Ministério Público Federal, o grupo atuava dentro da superintendência Regional da Polícia Federal.
Além dos policiais, essa 2ª Fase da Operação Tergiversação mira outros empresários que pagaram propina a delegados e um escrivão em troca de proteção em investigações relacionadas aos Correios, deflagradas para identificar fraudes no plano de saúde e no fundo de pensão da instituição.
Advogados também são alvo da operação desta quinta-feira (15) por terem atuado como intermediários no esquema de pagamento de propina, além do recebimento de parte dos valores. O MPF afirma que mais 11 empresários foram beneficiados nesse esquema. Na primeira fase, outros 5 haviam sido denunciados.
No total estão sendo cumpridos 2 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão em diversos bairros da capital fluminense contra os delegados, 7 empresários e 5 advogados. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal.
Segundo o MPF, as investigações mostraram que após os pagamentos de vantagens indevidas, alguns empresários mantiveram contato com os delegados federais, chegando a realizar pagamentos mensais de propina para que a proteção fosse ampliada. Esses delegados tinham também a função de buscar informações antecipadamente sobre operações e investigações que pudessem alcançá-los.
Os alvos dos mandados estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e obstrução à justiça.
O esquema teria movimentado, até o momento, R$ 10 milhões para salvaguardar esses empresários investigados.
