Operação Sangria investiga fraudes e desvio de recursos públicos no AM
A Polícia Federal deflagrou hoje em Manaus, no Amazonas, a terceira fase da Operação Sangria, que investiga fraudes e desvio de recursos públicos.
Os agentes apuram se uma revendedora de vinhos foi utilizada para desviar recursos, que deveriam ser destinados ao sistema de saúde no combate à Covid.
Foram autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça 4 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PF, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Saúde do Amazonas estariam envolvidos em um esquema que envolvia a compra de respiradores pulmonares e a compra de vinhos.
A PF sustenta que, mesmo antes da abertura da licitação do governo para compra de respiradores, a empresa investigada comprou parte dos equipamentos em outro estado.
O governo do estado adquiriu, com dispensa de licitação, 28 respiradores de uma importadora de vinhos.
O negócio aconteceu em uma triangulação, ou seja, uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde, vendeu respiradores à adega de vinho. No mesmo dia, a importadora de vinhos revendeu os equipamentos para o estado por um valor mais alto.
Os indiciados poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, poderão cumprir pena de até 30 anos de prisão.
Também está sendo apurado o frete aéreo dos respiradores pulmonares, que foi pago pelo governo do Amazonas. Segundo o edital, esse custo deveria ficar a cargo da empresa contratada.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Amazonas informa que está contribuindo, desde o início, com a apuração dos fatos pela Polícia Federal e órgãos de controle do Estado e reitera que confia na Justiça.