Pelo menos nove armas foram furtadas ou roubadas a cada dia no estado de São Paulo, nos últimos dez anos. A informação consta de levantamento divulgado pelo Instituto Sou da Paz.
A pesquisa analisou 23.800 ocorrências de desvios de armas entre 2011 e 2020. Em 60% dos casos, a arma foi levada do proprietário legal por meio de furto, sem necessidade de violência e, muitas vezes, sem a presença da vítima. Em segundo lugar apareceu o roubo, que representou 38% dos episódios relatados.
A maioria dos casos ocorre nos meses de férias, como janeiro e dezembro, quando os imóveis costumam ficar vazios. Segundo a pesquisa do Instituto Sou da Paz, os dados demonstram que a posse de arma dentro de casa não protege contra a violência. Ao contrário, atrai a atenção de criminosos.
Além de residências de caçadores, atiradores e colecionadores, os locais com os maiores índices de furto de armamento são as repartições públicas, como fóruns e delegacias; empresas de segurança privada e bancos. A pesquisa apontou ainda que a arma começa a ser empregada na atividade criminal no mesmo dia em que é desviada do proprietário legal.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o número de armas extraviadas caiu 59% no período da pesquisa, passando de quatro mil, em 2011, para pouco mais de mil e seiscentas, em 2020. De acordo com o órgão, mais de 162 mil armas de fogo ilegais foram apreendidas pelas polícias civil e militar de São Paulo durante o período estudado. Os casos de extravio de armas de policiais estão, em geral, relacionados a crimes contra a vida, nos quais eles são vítimas.