Pelo menos oito pessoas foram presas, nesta terça-feira, durante operação internacional coordenada pela Polícia Federal. Duas pessoas estão foragidas. O foco das polícias é desarticular três organizações criminosas especializadas no tráfico internacional de cocaína.
Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisão. Sete foram cumpridos no Brasil e um em Portugal. Outras duas pessoas ainda são procuradas na Espanha.
A Polícia Federal também cumpriu 80 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Além de “ordens de bloqueio de contas bancárias, sequestros e apreensões de imóveis e veículos de luxo”.
A Polícia Federal vinha investigando os suspeitos desde 2017 e identificou que os grupos atuavam com aliciamento de pessoas para transporte de drogas, conhecidas por “mulas”. Os aliciadores faziam o preparo de malas com as drogas, compra de passagens e hospedagens e orientavam as pessoas como agir, até o momento da entrega dos entorpecentes para os traficantes no exterior.
De acordo com as investigações, as chamadas “mulas” eram treinadas para fingirem ser turistas e, assim, levar a droga para outros países, principalmente na Europa, Ásia e Oriente Médio. É o que explica o delegado da PF, responsável pela operação, Diogo Borges.
Em alguns casos, essas pessoas levavam até filhos menores, nas viagens, como forma de reduzir a suspeita da fiscalização. No geral, os aliciados eram jovens sem histórico criminal, de baixa renda, que acabavam sendo levados pela promessa de lucro fácil e altos valores em dinheiro, além da chance de viajar para outros países com todos os custos pagos, incluindo hospedagem e roupas.
Todos os investigados devem responder pelos crimes de tráfico internacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Se condenados, podem pegar mais de 30 anos de prisão.