Mochilas abandonadas no Planalto continham livros, roupas e objetos de higiene
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou nota na noite de hoje (24), na qual informa que as duas mochilas e uma bolsa deixadas em frente ao Palácio do Planalto não continham qualquer objeto ameaçador. De acordo com o comandante do Esquadrão de Bombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Eduardo Matos, nas duas mochilas foram encontrados livros, roupas, e objetos de higiene pessoal.
Os objetos abandonados causaram, porém, apreensão, e mudaram a rotina da segurança do palácio que, por volta das 15h, acionou a Polícia Militar (PM), bombeiros e seguranças. O Esquadrão de Bombas do Bope da PM isolou o local num raio de 25 metros e usou um robô para carregar as bolsas até um ponto próximo do raio X.
A bolsa, segundo ele, deu um pouco mais de trabalho porque, embora o raio X não identificasse nenhum objeto parecido com bomba, não foi possível identificar todo o seu conteúdo apenas com a ajuda do robô. Por isso, ela foi levada para local isolado, onde foi detonada de maneira controlada às 20h10. “Pelo fato de estarmos em frente ao Palácio do Planalto, fizemos esse procedimento de deslocar as malas para um local mais seguro, até por causa do volume”, disse Matos. Ele explicou que, a exemplo das primeiras bolsas, foram encontradas roupas e objetos pessoais.
De acordo com o GSI, o Batalhão de Operações Especiais da PM atendeu prontamente ao chamado para executar os protocolos de segurança, com o objetivo de avaliar a suposta ameaça e liberar a via pública, garantindo, dessa forma, a integridade de pessoas e veículos que passam pelo local.
Apesar de a detonação da última bolsa ocorrer apenas às 20h10, o GSI adiantou que “os trabalhos técnicos terminaram por volta das 19h30, e a PM informou que não foram encontrados objetos que pudessem causar riscos de natureza pessoal ou material”.
Durante a tarde e parte da noite, o trânsito foi deslocado em frente ao Congresso Nacional, impedindo a circulação de veículos na Praça dos Três Poderes. O robô da PM levava em torno de 30 minutos para averiguar cada bolsa. Ele se aproximava e levantava o objeto. Em seguida, o sacudia e o levava para a frente de um aparelho de raio X, a cerca de dez metros de distância.
O clima de tensão que se instalava no local foi agravado antes mesmo de o robô ser posto em ação. Por volta das 15h45, servidores do Judiciário, que pedem reajuste salarial para a categoria, deram trabalho à polícia. Antes parados em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), os manifestantes se deslocaram para o Palácio do Planalto, onde o isolamento da área era feito. Eles tentaram invadir a pista onde as mochilas estavam, provocando correria da PM e de seguranças do palácio, que estavam munidos com gás de pimenta.
Em questão de minutos e após breve confronto com uso de spray de pimenta, os manifestantes tiveram que recuar para uma área segura e minutos depois voltaram para a frente do STF. “Todo o cuidado que tivermos para lidar com isso, consideramos pouco. Não trabalhamos com suposições de que não vai ter nada para evitarmos um problema posterior, por falta de prevenção. Todo o cuidado que tivemos, os transtornos pela interdição de vias foram estritamente necessários”, frisou Matos.
O dia agitado do lado de fora não alterou, porém, a rotina de trabalho da presidenta Dilma Rousseff, que cumpriu sua agenda normalmente e deixou o palácio por volta das 20h.