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Internacional

Diplomata saudita foi "cérebro" da morte de Khashoggi, diz jornal

Agência EFE
Publicado em 23/10/2018 - 06:49
Ancara
Agência EFE

Um diplomata da Arábia Saudita em Istambul foi o cérebro da operação em que foi morto o jornalista Jamal Khashoggi, segundo informações de um jornal turco, em um novo vazamento antes que as autoridades da Turquia divulguem hoje (23) suas conclusões sobre o ocorrido.

De acordo com o jornal Sabah, um diplomata que trabalhava em Istambul desde 2015 foi o "cérebro" da operação em que o jornalista foi morto.

A polícia da Turquia examina a residência do cônsul saudita em Istambul, por causa da investigação sobre o caso do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, ocorrido no último dia 2.
Polícia da Turquia investiga desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi - Kemal Aslan/Reuters/Direitos reservados

O veículo de comunicação, próximo ao governo turco, afirma que Ahmed Abdulah Al Muzaini, a quem define como chefe local da inteligência saudita, viajou para Riad no dia 29 de setembro e retornou no dia 1º de outubro, às véspera do desaparecimento de Khashoggi após entrar no consulado saudita, em Istambul.

O jornal, que não menciona nenhuma fonte, assegura que foi essa pessoa que recebeu e executou a ordem de matar o jornalista, crítico do atual regime saudita.

Este é um dos muitos relatos surgidos nas mídias turcas e americanas, supostamente vazadas pelas autoridades turcas, e que desmentem a versão oficial de Riad de que o jornalista morreu de forma acidental durante uma briga dentro do consulado.

Espera-se que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anuncie hoje as conclusões da investigação feita pelas autoridades de seu país.

O porta-voz do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), Ömer Çelik, denunciou ontem que a morte de Khashoggi foi planejada.

"Foi planejado de maneira brutal, e fizeram um esforço enorme para escondê-lo. Estamos diante dessa situação, é um assassinato muito complicado", disse.

"Esperamos que os resultados (da investigação) venham à tona, que os responsáveis sejam punidos e ninguém jamais volte a pensar em fazer algo parecido", acrescentou Çelik.