Museu da Imagem e do Som traz exposição sobre Rita Lee
Em São Paulo, a rainha do rock Rita Lee é homenageada numa exposição do Museu da Imagem e do Som que comemora seus 50 anos de carreira.
A mulher que mais vendeu discos na história da música brasileira é uma camaleoa. Começou no grupo Os Mutantes nos anos 60 e ao longo da carreira flertou com ritmos como a psicodelia, o pop, a MPB e a bossa nova.
Revolucionária não apenas na música, Rita Lee sempre se apresentou no palco com figurinos performáticos, que podem ser vistos de perto no Museu da Imagem e do Som.
Filho da cantora e curador da exposição, João Lee comenta sobre a preparação da mostra.
"A gente ficou uns quatro, cinco meses todo dia indo no sótão nela, selecionando, ela me contou umas histórias que eu não sabia, esse processo aproximou muito a gente. [...] O que eu não sabia mais até, que fui conhecer mais agora, foram os documentos, de ditadura, as cartas que ela escreveu para o meu pai da prisão, carta que minha avó escreveu, os cadernos de letras que estavam perdidos, as primeiras versões das letras, para mim foi muito legal, me deixou muito emocionado", declarou João.
Um dos espaços da mostra reproduz o porão da casa onde Rita morou com os pais na zona sul da capital paulista, que tinha as paredes com fotos coladas dos ídolos. O público também pode ver um álbum de figurinhas de Peter Pan, colecionado por Rita Lee, referência que depois seria usada nos palcos, como no figurino em que a cantora se vestiu de Peter Pan e que também pode ser visto na exposição.
O diretor artístico da mostra, Guilherme Samora, comenta sobre a importância de Rita Lee para a música.
"É uma artista muito completa, você não consegue colocar numa caixinha, é roqueira, cantora, compositora, artista plástica, escritora, atriz, a Rita tem muitas facetas. Para fazer essa exposição a gente tinha que fazer muita justiça com essas facetas, e de forma muito lúdica, colorida, que é a Rita, as pessoas aqui conseguem ter um pouco da magnitude do que é a Rita, começa a ver o que ela fez na TV, no palco, cenários, musica, livro, isso dá uma dimensão", afirmou.
Entre os itens que mais chamam a atenção do público, está o macacão usada na capa do álbum Lança Perfume e um par de botas prateadas que a cantora roubou de uma boutique em Londres nos anos 70, depois de ser expulsa dos Mutantes. O diretor artístico da mostra explica que foi o marco da transição da Rita Lee loira para a ruiva.
"Ali nasceu a rRita ruiva, do desacato... A bota da biba está num lugar muito especial, porque os fãs querem ver de perto e eu vi muita gente emocionada chorando na bota", disse Guilherme.
E é difícil não se emocionar. Para as primas Ana Célia Aschenbach e Andreia Suplicy, fãs de Rita desde os anos 70, visitar a mostra traz à tona muitas memórias da infância.
Aos 73 anos, Rita Lee foi diagnosticada com câncer de pulmão e vem se recuperando. Aposentada dos palcos há quase dez anos, a rainha do rock vive num sítio com o marido e parceiro musical Roberto de Carvalho. O filho da cantora e curador da mostra, João Lee, comenta que em breve, ela deve visitar a exposição.
"Ela tá muito ansiosa pra ver isso tudo. 70 anos acumulando esses itens pra ver tudo posto, ela está pensando nisso, quando vir, quero que ela faça o tour comigo, ir me contando as histórias, acho que isso vai ser um dos dias mais emocionantes pra mim", contou.
A mostra, que reúne centenas de objetos, como figurinos e instrumentos selecionados pela própria artista e pelo filho e curador João Lee segue em cartaz até o dia 28 de novembro. Nas manhãs de terça a sexta, a entrada é gratuita.