Mais 17 trabalhadores são resgatados de condições semelhantes à escravidão no Maranhão. Eles trabalhavam na produção de carvão vegetal em 36 fornos de uma carvoaria na Fazenda Lajeado, no município maranhense de São João do Paraíso. 
A operação conjunta da Polícia Federal, com apoio do Ministério Público do Trabalho no Maranhão, da Superintendência Regional do Trabalho, e da Polícia Rodoviária Federal; resgatou, em um primeiro momento, oito trabalhadores na carvoaria. Em seguida, as equipes visitaram outros três alojamentos instalados no assentamento São João, que fica dentro da fazenda, e fez o resgate de mais nove pessoas, incluindo uma mulher.
Na carvoaria da Fazenda Lajeado foi constatado que os trabalhadores bebiam água sem qualquer processo de filtragem; o alojamento estava sem energia elétrica há três meses; o banheiro era feito de tábuas e os trabalhadores relataram que a água não era salubre suficiente para o banho e que preferiam tomar banho no riacho próximo. Além disso, também não havia fogão e foi improvisado um fogareiro com lata de alumínio para aquecer e preparar alimentos.
Segundo o Ministério Público do Trabalho do Maranhão, os trabalhadores receberam todas as verbas rescisórias a que têm direito, acrescidas de férias e 13º salário proporcionais, além de três parcelas de seguro-desemprego. Os empregadores serão obrigados a regularizar o local de trabalho por meio de um termo de ajustamento de conduta.
Em 2022, foram realizadas 12 operações de combate ao trabalho escravo em 19 municípios maranhenses. As ações resultaram no resgate de 81 trabalhadores.
Somente no ano passado, o Ministério Público do Trabalho do Maranhão recebeu 80 denúncias de trabalho escravo, número 81,8% maior do que o registrado em 2021. Denúncias podem ser feitas pelo site mpt.mp.br e pelo aplicativo de celular MPT Pardal.
