Mulheres negras empreendedoras são donas de negócios de menor porte e atuam, em sua maioria, sem apoio de funcionários. A constatação é de um estudo feito pelo Sebrae a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, referente ao segundo trimestre de 2022.
Divulgado nesta terça-feira (07), o estudo aponta que apenas 8% dessas empresárias contratam empregados. Mas quando de trata de empreendedores negros, o índice sobe para 11%. Já entre mulheres brancas donas de negócio, 17% delas fazem contratações de funcionários e, entre empresários brancos, o percentual é de 20%.
Mulher, negra, da periferia, Mariza Aparecida Almeida, de 57 anos, moradora de Mogi das Cruzes, São Paulo, decidiu abrir o próprio negócio há 5 anos. Sem loja física ou empregados, Mariza superou as adversidades para criar marca de roupas, a Confecção Identidade, como nos conta.
De acordo com o estudo do Sebrae, negros são maioria no empreendedorismo, com 52% dos negócios, mas têm rendimento médio 32% inferior ao dos brancos. E embora ambos os grupos tenham conseguido recuperar a renda pós pandemia, a diferença de ganho mensal por raça se manteve.
Dona Mariza Aparecida explica que durante a pandemia só não fechou o negócio porque a renda do marido pagou as despesas da casa. Mesmo resistindo para se manter como micro empresária, ela relata as dificuldades de acesso ao crédito e à formação para manutenção do negócio.
Segundo o Sebrae, em apenas três unidades da federação há mais empreendedores brancos que negros. O Amapá é líder entre os estados com mais negros empreendedores, com 83% do total. Do lado oposto, está o Rio Grande do Sul, onde apenas 15% dos empreendedores são negros.