Quase um terço dos homens brasileiros não têm o hábito de ir ao médico regularmente. Uma das consequências disso é que eles vivem em média sete anos menos que as mulheres.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida da população masculina, em 2013, chegou a 71 anos, enquanto a feminina atingiu 78 anos.
Os motivos, segundo a pasta, são que além dos homens não procurarem com frequência os serviços de saúde, eles muitas vezes não seguem os tratamentos recomendados; não praticam atividade física com regularidade; estão mais expostos aos acidentes de trânsito e de trabalho, são mais suscetíveis a doenças sexualmente transmissíveis e ainda estão envolvidos na maioria das situações de violência.
Uma pesquisa feita por telefone no ano passado com mais de 6 mil homens, por meio da Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), mostram que 55% dos que não têm costume de ir ao médico afirmam que não precisam.
Alguns até tentam justificar.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que os homens cuidam menos da saúde porque trabalham mais.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, as principais doenças entre os homens adultos são infarto; Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido como derrame cerebral; doenças mentais; cânceres; colesterol elevado e pressão alta.
De acordo com a pasta, 57% dos homens têm sobrepeso e 18% deles estão obesos. Os dados apontam ainda que 25% dos homens consomem bebida alcoólica e 10% dirigem alcoolizados. O tabagismo também é mais frequente entre homens: 13% fumam, contra 8% de mulheres.
Quando o assunto é alimentação, os homens estão menos saudáveis: 31% deles consomem frutas e hortaliças de forma regular, enquanto entre as mulheres esse percentual sobe para 43%.
Para incentivar os homens a fazer mais exames, o Ministério da Saúde adotou uma estratégia: aproveitar o momento em que eles acompanham as mulheres no pré-natal para orientá-los sobre a importância do cuidado com a saúde.
Para isso, serão distribuídos, de agosto a novembro deste ano, mais de 240 mil exemplares de um guia voltado para agentes de saúde, já que 56% desses profissionais focam os cuidados apenas nas grávidas.