O Gabinete da Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Rio já tem detalhado o planejamento do processo de transição, que terá início em outubro e será feito pelas polícias em conjunto com a Secretaria de Administração Penitenciária.
A informação foi repassada durante seminário que analisou os quatro meses da medida, realizado nessa quarta-feira (13), na Associação Comercial do Rio.
Na ocasião, foi apresentado o plano estratégico da intervenção, que prevê, entre outras medidas, a contratação de militares da reserva para atuar nas polícias, a modernização do sistema prisional, a homologação de concursos, além da compra de equipamentos. O documento de 80 páginas será entregue nesta quinta-feira (14) ao presidente da República Michel Temer.
O interventor, general Walter Braga Netto, apresentou alguns números, do Instituto de Segurança Pública (ISP), referentes ao mês de maio. Os indicadores mostraram que houve queda na letalidade violenta, nos homicídios dolosos e nos roubos de rua, de cargas e de carros em relação a março. Já os homicídios decorrentes de intervenção policial aumentaram.
Braga Netto disse que confia no sucesso da missão e que esse modelo poderá ser replicado em outros estados, mas sem que haja necessidade de intervenção.
Braga Netto esclareceu ainda que a verba de R$ 1,2 bilhão já foi disponibilizada, ressaltando, no entanto, que existem protocolos a serem cumpridos para o efetivo uso do dinheiro.
O subchefe do Gabinete da Intervenção, general Paulo Pimentel, explicou como o processo de transição será feito, após o fim do período, em dezembro. Segundo ele, existe um plano de transição e um plano de legado.
A coordenadora do Observatório da Intervenção criado pela sociedade civil, Silvia Ramos, criticou o fato de que predomina no planejamento da intervenção a ideia de operação policial.
Após o decreto da intervenção na segurança do Rio foram realizadas 51 operações. Mais de 140 obstáculos foram removidos e 130 vias liberadas. A Polícia Militar recuperou, neste período, 137 fuzis e a Polícia Civil, 48.