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Apos exonerações de delegados, Tocantins tem protestos e renúncia coletiva

Segurança Pública
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Renata Martins
21/11/2018 - 21:32
Brasília

Após exoneração de delegados, Tocantins tem protestos e renúncia de cúpula da segurança pública.

 

Uma manifestação convocada pelas redes sociais ocorreu em frente à assembleia legislativa nesta quarta-feira. Representantes de associação comunitárias pediam a autonomia da polícia civil e até o impeachment do governador Mauro Carlesse.

 

Moradores de Araguaína também fizeram protesto na cidade.


Na última sexta-feira, o Governador exonerou e dispensou de funções comissionadas cerca de 170 servidores da Secretaria de Segurança Pública, entre eles 12 delegados regionais do Tocantins.



As exonerações culminaram com a entrega em massa de cargos na área de segurança pública do estado. Segunda-feira, Fernando Ubaldo Monteiro, então  Secretário de Segurança Pública, entregou o cargo.


O secretário de Cidadania e Justiça do Tocantins, Heber Luis Fidelis, assumiu interinamente a chefia da  Segurança Pública.

 

O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado do Tocantins, Mozart Felix afirma que o efeito dominó de afastamentos e exonerações prejudica a segurança pública no Estado.


Para o Sindipol, os afastamentos podem ter motivação política. Investigações envolvendo familiares do deputado estadual Olyntho Neto, do PSDB, seriam o motivo da exoneração.

 

Entre os servidores exonerados está o delegado de Araguaína Bruno Boaventura que estava à frente das investigações sobre o escândalo do lixo hospitalar.

 

Na última semana, uma equipe chefiada pelo Delegado Boaventura cumpriu mandado de busca e apreensão em imóveis que pertencem ao advogado e ex-juiz eleitoral, João Olinto Garcia de Oliveira, pai do deputado Olyntho Neto.


João Olinto teve a prisão preventiva decretada e está foragido. Ele é acusado de envolvimento em fraude envolvendo contratos para recolhimento de lixo hospitalar no estado.


Já Luis Olynto, irmão do parlamentar, foi preso em outubro, na véspera do primeiro turno das eleições, em um carro da Assembleia Legislativa com uma mala com quinhentos mil reais.

 

Olynto Netto era líder do governo na Assembleia, mas pediu afastamento no começo desta semana.

 

Por nota, o governo alega que as exonerações ocorreram por questões econômicas, visando a redução de gastos e equilíbrio das contas públicas.

 

Afirma ainda que o desligamento dos delegados de polícia de cargos em comissão, também de natureza administrativa, em nada altera a rotina dos trabalhos de investigação, uma vez que eles seguem exercendo integralmente suas atividades, sem qualquer interferência de cunho político que possa atrapalhar ou direcionar o resultado dos trabalhos.

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