Todo mundo sabe que é perigoso usar o celular ou ficar de fone no ouvido quando está dirigindo, seja carro, moto, pedalando ou até caminhando. E é contra a lei também. O Código de Trânsito Brasileiro considera infração gravíssima, sujeita a multa de quase R$ 300. Mesmo assim, muitos condutores ignoram a norma.
É o que aponta a pesquisa inédita “Segurança viária e uso de dispositivos eletrônicos portáteis”, feita para celebrar a Semana da Mobilidade 2023. O lançamento é nesta quinta-feira, dia 28.
Para o estudo, realizado pela Fundação Mapfre, em parceria com a UFRJ, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, foram entrevistados 448 condutores, levando em consideração deslocamentos a pé, de bicicleta, motocicleta ou carro, em três capitais: São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. A pesquisadora Marcela Kanitz chama a atenção para a dependência que alguns condutores disseram sentir em relação aos aparelhos eletrônicos.
Entre 45 e 50% dos condutores de motos em Recife e no Rio cometeram essa imprudência. Já na capital paulista, o delito foi praticado por 80% dos motociclistas, um número bem mais alto. A pesquisadora Marcela Kanitz chama a atenção para a quantidade de motociclistas que trabalham com entregas na cidade de São Paulo.
Ciclistas também foram consultados. Cerca de 35% usam celular ou fone de ouvido enquanto pedalam, no Rio e em São Paulo - o dobro do percentual verificado em Recife. Já entre os pedestres, Recife e São Paulo têm semelhanças. Menos de 10% andam pelas calçadas olhando celulares, enquanto no Rio de Janeiro, o índice sobe para 14%.
Celular ao volante - ou ao guidão - não é uma imprudência desconhecida, já que a maioria sabe os altos riscos de acidente desse comportamento. Esse dado foi admitido por quase 80% dos motociclistas, 75% dos motoristas, quase 70% dos ciclistas e metade dos pedestres ouvidos. E 16%, o equivalente a um em cada seis ouvidos, já caiu, bateu com algo ou alguém ou sofreu atropelamento enquanto estava ao celular nas ruas.
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