O ex-presidente da República Jair Bolsonaro e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro ficaram calados durante depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (31), em Brasília.
A polícia investiga o desvio e a venda de presentes dados por autoridades estrangeiras a representantes do Estado brasileiro durante o governo do ex-presidente.
A PF optou por oito depoimentos ao mesmo tempo para evitar combinações de versões dos fatos.
Em Brasília, além de Bolsonaro e Michelle, a lista dos depoentes, inclui o tenente-coronel Mauro Cid, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, o tenente do Exército Osmar Crivelatti, o coronel da reserva Marcelo Câmara e o advogado Fabio Wajngarten.
Em São Paulo, antes de depor, por videoconferência, o advogado Frederick Wassef afirmou ser vítima de fake news e que jamais cometeu alguma irregularidade.
A defesa de Bolsonaro e Michelle usou parecer da Procuradoria-Geral da República para justificar o silêncio. Segundo o documento, a PGR entende que o Supremo Tribunal Federal não tem competência para receber e julgar o caso.
O ex-presidente e a ex-primeira dama deixaram a sede da PF ao meio-dia.
Os depoimentos desta quinta-feira são para esclarecer a atuação de uma associação criminosa na prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Alguns dos presentes dados pelos governos do Bahrein e Arábia Saudita a Bolsonaro, em 2021, teriam sido vendidos nos Estados Unidos.
Segundo a PF, os valores dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e entraram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de outras pessoas, como “laranjas”, e sem utilizar o sistema bancário.