A Justiça Federal em Brasília recebeu nesta segunda-feira (25) a denúncia do Ministério Público Federal contra Marcelo Miller, ex-procurador da República que atuou nos acordos de leniência e de delação da JBS e J&F, poucos dias após deixar a Procuradoria-Geral, onde integrava o grupo de trabalho da Lava Jato.
Miller estava sendo investigado pela suspeita de usar da influência que tinha para fechar o acordo de delação premiada dos executivos da JBS, mas o Ministério Público não confirma o teor da denúncia. De acordo com a Justiça Federal, o caso está sob sigilo.
Na época em que a denúncia contra Michel Temer foi divulgada, o presidente questionou a ligação entre o ex-procurador Marcelo Miller e o então procurador-geral, Rodrigo Janot, autor da denúncia.
Também foram denunciados os empresários Joesley Batista e Francisco de Assis e Silva e advogada Esther Flesch, que atuava na empresa. Em nota a defesa de Joesley afirma que “o empresário jamais contratou, pagou, ofereceu ou autorizou que fosse oferecida qualquer vantagem indevida a Marcello Miller”. E diz que, agora, sob o contraditório e ampla defesa, será demonstrado que a acusação é descabida.
A defesa de Francisco de Assis diz que ele colaborou efetivamente com a investigação e jamais discutiu honorários ou pagamentos com ou para Marcelo Miller, ou buscou, por meio dele, vantagem indevida no Ministério Público
Os demais denunciados foram procurados, mas não deram retorno até o fechamento desta reportagem.
