Missão da OEA critica fake news e manifesta preocupação com polarização nas eleições
A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) apresentou o resultado final dos trabalhos realizados durante as eleições gerais no Brasil. Os especialistas destacaram o protagonismo que a internet assumiu como local de debate político.
A ex-presidenta da Costa Rica e chefe da missão, Laura Chinchilla, chamou a atenção para o fato de que, apesar de todos os esforços, as notícias falsas, fake news, se intensificaram no segundo turno em relação ao primeiro.
Os observadores elogiaram a rapidez da apuração e o clima de tranquilidade no momento do voto, mas demonstraram preocupação com a polarização política e a violência. Eles condenaram o ataque sofrido pelo agora presidente eleito Jair Bolsonaro, durante um ato de campanha.
Laura Chinchilla analisou aspectos como o uso da tecnologia na votação, o financiamento de campanhas e a Justiça Eleitoral. E recomendou mais incentivo à participação política de mulheres, indígenas e afrodescendentes.
A chefe da missão chamou atenção para os riscos aos profissionais da imprensa e citou um relatório da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, que registrou mais de 130 casos de agressão a jornalistas.
A missão voltou a criticar o calendário eleitoral, que trouxe incerteza ao processo ao permitir que até candidatos com pendências com a Justiça disputassem os votos.
Ao todo, no primeiro e no segundo turno, 83 observadores atuaram nas eleições. Nesse domingo (28), além do Brasil, havia observadores nas cidades de Buenos Aires, na Argentina; Cidade do México, no México; Montreal, no Canadá; Paris, na França; Santiago, no Chile; e Washington, nos Estados Unidos.




