PF desmantela esquema de ouro extraído de terras indígenas
Uma organização criminosa estava recrutando estrangeiros para despachar bagagens carregadas com ouro em voos comerciais. As investigações da Polícia Federal indicam que, aproximadamente, uma tonelada de ouro extraída de terras indígenas foi transportada de maneira ilegal para outros estados e para o exterior. Além disso, os criminosos, incluindo "laranjas" e empresas fantasmas, movimentaram mais deR$ 4 bilhões
Para desmantelar todo esse esquema, os policiais federais cumpriram 19 mandados de busca e apreensão e 9 de prisão, no Pará, Roraima, Amapá, São Paulo, Paraná e Goiás. Além disso, foram confiscados mais de R$ 615 milhões dos investigados. A PF encontrou carros de luxo, armamento pesado e dinheiro em espécie.
A Terra Indígena Munduruku, no Pará, é uma das origens da extração ilegal desse ouro. Na região, próxima da fronteira com o Amazonas e Mato Grosso, vivem mais de 9 mil pessoas.
P: A Polícia Federal está com outra operação contra o garimpo ilegal na região Amazônica neste momento, não é?
Outra operação da PF ocorre em conjunto com o ICMBio e a FUNAI. Ela começou na segunda-feira, dia nove, e vai até o dia 12 de dezembro. O alvo também é o garimpo ilegal, mais especificamente no Rio Solimões.
A operação teve início a partir de levantamento feito pela inteligência da PF. Os alvos são os receptadores e financiadores da atividade ilegal. Eles vão responder por dano ambiental, possível lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Até o momento, foram destruídas dez dragas, usadas para revirar o fundo dos rios, e outros equipamentos dos garimpeiros.
O objetivo é preservar os rios nas proximidades da cidade de Tabatinga e Santo Antônio do Iça, que ficam perto da fronteira com a Colômbia e o Peru. Esses rios são de extrema importância para o sustento e transporte das tribos indígenas e das comunidades ribeirinhas.