Os novos carros comercializados em 2022 devem poluir menos que os vendidos até 2021. Isso porque entrou em vigor, em 1º de janeiro, a nova fase do programa de redução de emissão de poluentes pelos automóveis.
A mudança faz parte do Programa de Controle de Emissões Veiculares (ProconVe), administrado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
A última vez que as fabricantes de automóveis foram obrigados a reduzir as emissões de carbono dos motores foi em 2012 para os veículos pesados; e a partir de 2013 para os carros leves.
As mudanças são acordadas com anos de antecedência e seguem um padrão internacional de redução de emissões de gases do efeito estufa, segundo o Ibama. A coordenadora-geral de Gestão da Qualidade Ambiental do Instituto, Rosângela Maria Ribeiro Muniz, ressalta que as novas fases impactam toda a indústria.
A coordenadora do Ibama destacou ainda que o Proconve, ao longo dos 36 anos de existência, já reduziu em 98% a emissão de monóxido de carbono dos automóveis, um dos gases do efeito estufa.
Mesmo com a mudança, cerca de 20 mil veículos devem ser comercializados neste ano com a tecnologia da fase anterior do programa de redução de emissões. O motivo é a falta no mercado de semicondutores usados na fabricação dos carros, que impediu a finalização de parte da frota prevista para 2021. De acordo com o diretor técnico da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Henry Joseph Jr., os veículos não comercializados na fase anterior já estavam previstos.
Segundo o relatório Situação Global do Transporte e Mudança Climática de 2018, elaborado por mais de 40 organizações internacionais ligadas ao tema, os veículos automotores são responsáveis por 14% da emissão de gases do efeito estufa, que é a principal causa do aquecimento global e das mudanças climáticas provocadas no planeta.